segunda-feira, 26 de abril de 2010

Os moradores de rua

Casos de pessoas sem moradia

No País, estima-se que são 33,9 milhões de pessoas sem casa. Só nas áreas urbanas, são 24 milhões que não possuem habitação adequada ou não têm onde morar, segundo o site Jornal da Ciência. E em Belo Horizonte esta realidade é visível em vários pontos da capital mineira.

Manoel Pereira dos Santos, 52 anos nasceu em Itambacurí, interior de Minas Gerais . Ele e sua família viviam da plantação de arroz. Só tirou a 4ª série. Resolveu ir para Juiz de Fora, depois Espírito Santo. Para sobreviver fazia de tudo: foi pedreiro, servente, carpinteiro e armador . Ele mostrou a carteira de identidade para provar que o que dizia era verdade. O documento era de origem de Tumiritinga.



Segundo o psicanalista, Nariman Moreira em todos os casos de pessoas que moram , nas ruas podem apresentar comportamentos neuróticos, psicóticos ou patológicos, quanto ao aspecto mental. Há também aquelas pessoas que já se enquadram em momentos de psicoses antes de estar, neste tipo de ambiente ou até mesmo casos em que acaba desenvolvendo , no local, em que vive. Ele ressalta ainda " cada caso é um caso" principalmente se a pessoa está inserida em um lugar sem leis.


O tempo passou e ele relembra que fez coisas erradas também. Uma delas é ter roubado uma bicicleta, em Praia da Costa, Espírito Santo. Ficou 15 dias preso, na cadeia. Arrependido diz que não rouba mais porque ele agora velho sabe que se roubar de alguém “sabe que vai fazer falta para ela”.

Já faz 22 anos que mora perto da Faculdade Estácio de Sá, na rua Erê com Francisco Sá. Para sobreviver vende caixotes, papelão e recebe ajuda dos moradores próximos. Para tomar banho ele consegue o fornecimento de água com o dono do Ferro Velho, local onde vende seus papelões.


Em entrevista, ele disse que chegou a conhecer uma moça chamada Juliana que foi muito boa com ele queria até ajudá-lo . A família por preconceito o afastou dela. Ele também freqüentava uma Igreja chamada “Templo dos anjos.” Hoje não freqüenta mais. Para esquecer o sofrimento bebe todo dia. “Bebo por causa das coisas que acontecem , na minha vida. Bebo por falta de uma companheira. Se tivesse ela me diria: benzinho não bebe porque faz mal Ele me ajudaria. Seria muito bom.”

Um dos momentos da entrevista que foram interessantes foi ele dizer que “ as pessoas tem de saber o bom das palavras” e outra que ele cantou o menino da porteira sem desafinar. Perguntei-lhe como havia aprendido a canção: ele disse que antes de um ladrão roubá-lo ele tinha um rádio que escutava.

Hoje, senhor Manoel mora na rua com a companhia de Levindo Bento da Silva, 47 anos que foi para a rua por ter muita discussão com a irmã. Ele optou viver na rua, mas antes morava com sua irmã que tem uma residência fixa , no Conjunto Vila Esperança, o local é o Bairro Barreiro, região oeste da capital.


A nossa reportagem não parou por aí! Foram entrevistados mais dois moradores sem casa. Eles estavam de frente para o Ministério da Agricultura , nas proximidades da rodoviária.
Um deles foi Gilson dos Santos, baiano de 47 anos, no meio entre os dois homens que declarou não acreditar no Brasil e também desabafou ao dizer que “o presidente Lula não está incentivando em nada.” Já Adenilson Gomes da Silva, 32 anos (de boné e camisa roxa) vindo de São Paulo, Grajaú disse que saiu de casa por causa do vício das drogas. Todos o parentes estavam incomodados. Ficou desgostoso e saiu de casa com uma mochila com algumas peças de roupa, pasta de dente, um cobertor. Afirmou estar morando, na rua há 3 meses . A sua mãe não é viva mais. E seu pai continua vivo morando em São Paulo. Já teve passagem pela policia, chegou a matar um homem, chegou a ser traficante. Mas hoje disse que pega no pesado. Trabalha para uma construtora.







Segundo o psicanalista, Nariman Moreira em todos os casos de pessoas que moram , na ruas podem apresentar comportamentos neuróticos, psicóticos ou patológicos, quanto ao aspecto mental. Há também aquelas pessoas que já ficam em quadro de psicoses antes de estar no ambiente ou até mesmo casos em acaba desenvolvendo , no local, em que vive . Ele ressalta que “cada caso é um caso,” principalmente se a mesma está inserida em um ambiente sem leis.




Todas estas histórias acima, são histórias de pessoas que por vício ou razões pessoais saem de casa e se deparam com a realidade das ruas por falta de um emprego e um apoio social que ainda não foi possível de ser conquistado. Este é um desafio para o governo, empresas e órgãos não governamentais. Será que um dia está realidade humana vai ser diferente?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Casos de mulheres que sofrem violência.



São várias as histórias de mulheres de diferentes classes sociais que são agredidas diariamente. Quem é leigo e acompanha estes casos deve se perguntar : Será que a punição para os que agridem fisicamente e psicologicamente continuará sendo lenta em termos de justiça ?

A nossa reportagem foi a uma das principais delegacias de mulheres de Belo Horizonte ouvir as histórias de mulheres que forem abusos, ameaças, assédios e agressões de ex-maridos. O índice de violência vem crescendo. Um dos fatos que aconteceram que foi curioso notar é que até mulheres da alta sociedade mineira também são vítimas. Um caso passado foi o da ex-esposa do ex-governador , prefeito e deputado Federal em Belo Horizonte Newton Cardoso, segundo Dora Cristina, polícial civil a vítima chegou vê-la dar a queixa contra o mesmo.

A titular especializada em atendimento a mulher, Margarete de Freitas Assis da Divisão de Polícia Civil especializada da mulher, do idosos e do deficiente afirma que a Lei 9.940 tem sido mais enérgica e a mulher ficou mais protegida . Aquele ar de impunidade que existia passou. Margarete de Freitas declara “Hoje o homem que agride uma mulher é preso em flagrante, há os plantões da delegacia, a criação de juizados, penas pecuniárias os mecanismos punitivos são diversos. ”

Maria Carolina Alcântara, moradora do Bairro Haiti sofreu ameaças de morte do ex-marido. Ele disse que ia matá-la . A polícia fez o Boletim de ocorrência e é por isto que ele não se aproximar da sua casa. Ele tem que ficar 100 metros de distância da mesma. Abalada ela não revela o nome dele e tenta conversar com uma psicóloga na delegacia, mas como estava próxima a sexta- feira santa, véspera de ferido saiu da delegacia sem ter um papo que pudesse lhe confortar com a mesma.

Dora Cristiana Ferreira, agente de polícia civil é uma das funcionárias da delegacia que funciona 24 horas. E diz que muitas vezes ela faz papel de tudo, conversa muito com as vítimas, ouvi pacientemente suas histórias. Muitas vezes passa por psicóloga . Mas afirma que há mulheres que muitas vezes usufruem da lei Maria da Penha usar contra os maridos. Por outro lado, afirma que há casos de agressão. Ela ouvi os casos e encaminha para as doutoras ou delegadas. Cada mulher agredida recebe da delegada uma representação, um documento de registro de caso de violência. Só assim é encaminhado para a justiça. Se o agressor vai a delegacia ele é detido lá por dois dias para depois ser julgado e determinado assim como foi o caso de Maria Carolina a sua distância da casa da mulher vitimada.

As mulheres de traficantes , expulsas pelos maridos de casa e em situação de alto risco, em muitos casos são encaminhadas para BENVINDA, um abrigo onde as vítimas são acolhidas em casos de tentativas de homicídio contra elas. Muitas ficam lá mais de um mês para que se evite pior contra elas.

Eliane Apolônio moradora do Bairro Paraíso e sua mãe que a acompanhava Maria Lúcia dos Santos foram a delegacia queixar do ex-marido e pai de seus dois filho, um inclusive de 4 meses. Maria Lúcia afirma que “todas as mulheres não foram feitas para apanhar”. Ela disse que quando o marido tentava batê-la ele levava também. E acrescenta que estava ali para ajudar a filha porque como ela mora na Pampulha, bem distante da filha não pode ajudá-la sempre. Elaine tomou esta atitude por medida preventiva. Para que o companheiro não a agredisse. Já que havia recebido ameaças.

Carla Vanessa Brant, mãe de três filhos trabalha como auxiliar de produção de um açougue ela e sua mãe Hilda Soares foram agredidas pelo seu ex-marido da filha. A mãe declara que nos sábado a noite , em sua casa, estava com a filha e o genro a agrediu fora da casa e quebrou os seus óculos. Ela recebeu um soco. “Acho muito ruim. Agora estou com a minha saúde abalada”. Ela teve que ir ao posto de saúde, pois teve início de infarto. A sua filha havia voltado para ele. Mas depois desta última agressão ela morava , na casa da mãe, encerrou de vez o relacionamento. Hilda Soares quer o genro na cadeia. Quer uma solução da justiça para esta história.

Este fato a seguir é uma história contada por Renata Duarte Coelho que sofreu dois tipos de violência. A primeira é a física e a segunda é a psicológica. Desde quando esperava o seu filho que hoje tem seis anos, apanhava do marido. Depois da separação de corpos, que já dura 6 anos foi seqüestrada pelo ex-marido e quase foi estuprada. Ela entrou em seu carro para entregar o exame do filho e o mesmo arrancou o carro em alta velocidade e quase matou os dois. Apavorada ainda com o ocorrido foi a delegacia de mulheres e resolveu denunciá-lo. Ainda sente muito medo do que ele possa fazer. Ela afirma que ele é um psicopata. E a cada ano que passa ele fica pior. A separação deles ainda não aconteceu. Ela é litigiosa. Declara ter separado amigavelmente, mas ele não aceitou. Segundo ela, “ quem tem dinheiro é pior”. O juiz que determinou uma pensão melhor para o filho . chegou a chamar a sua atenção pelo fato de não dar um valor ideal para a criação do mesmo. Ele possui bens, um salário de 10 mil reais e poderia pagar mais do que RS 400,00 que é o que a quantia que recusa pagar. A mãe alegou que o filho não sabe das ameaças e das psicoses do pai. Afinal ele é muito criança para compreender a situação. A mãe tem um namorado que logo será seu marido, após a separação. Ela não teria condições de fugir do mesmo porque o seu namorado é escrivão bem conhecido e não é difícil de localizá-lo. Sem a separação ela não tem acesso a nenhum bem seu, casa de praia, caro incluindo um bar perto da faculdade, em que era sócia. Esta tentativa de seqüestro fez com que ela desse queixa e depois irá ver o que um advogado poderá fazer para ajudá-la.

A denúncia dessas mulheres é uma forma delas tentarem seguir suas vidas ou para evitar um problema mais grave. Se a lei Maria da Penha, hoje, leva todos os agressores para a cadeia esta é uma pergunta que não quer se calar.

Se a mulher sofre algum tipo de violência ela pode denunciar o seu agressor pelo número 180.
Leia mais também em: causosgerais.blogspot.com ; evandrovitor.blogspot.com; wwwjulianapimentel.spot.com; marcioluizjornalismo.blogspot.com; diegoestacio.blogspot.com